Julgamento de João Brandão, texto de Carla Zêgo, interpretação do Grupo de Teatro da Biblioteca Municipal de Tábua. A representação ocorreu na BE/CRE e é fruto da cooperação entre entidades irmãs que trabalham para o mesmo fim.
Uma estagiária sonha. Uma bibliotecária apoia. Uma equipa concretiza. Uma recriação histórica nasce. Foi mais ou menos assim que as coisas se passaram, em 2005. Carla Zêgo, a cumprir estágio na Biblioteca Municipal de Tábua, propôs-se recriar o julgamento de João Brandão. A Dr.ª Paula Neves, Directora daquela instituição, não só concordou com a proposta como fez questão de participar activamente na sua concretização. O núcleo duro dos que ali trabalham encarnou, com entusiasmo, cada uma das personagens que lhe foi proposta. E ouvimos dizer que foi um sucesso. E ficámos com pena de não ter assistido. Por tudo isto, dois anos volvidos, a Biblioteca Escolar convidou a “Encenadora”, a “Produtora” e o respectivo “Grupo de Teatro” a deslocarem-se às nossas instalações, a fim de aqui repetirem aquela viagem no tempo. E foi deste modo que, no passado dia 13 de Junho, tivemos a oportunidade de regressar ao ano de 1868. Instalámo-nos no Tribunal. Reverenciámos o Juiz. Ouvimos os depoimentos. De acusação e de defesa. Conhecemos o réu. Nem todos concordámos com a sentença. Ontem como hoje. As opiniões continuam a dividir-se. Mesmo entre nós, professores, auxiliares e alunos. João Brandão foi e será sempre uma figura polémica da nossa história local. Criminoso ou político? Culpado ou inocente? Ficam as interrogações, tal e qual o Sr. Fernando André as fez afixar pela escola… No que todos concordam é na excelente prestação da “Embaixada da Biblioteca Municipal” que aqui se deslocou. Realmente, como é seu apanágio, primou pelo espírito de entrega e de entreajuda. A marca do seu êxito. Quanto ao nosso, também parece estar garantido, a atestar pelas turmas que assistiram, de forma irrepreensível, à representação, 7.º C, 8.º A e 8.º C. Ou seja, uma escola com futuro! Mas que, precisamente por isso, jamais vira as costas ao passado...
Lina Madeira